
Estávamos nus um frente ao outro.
Não nos sentíamos tímidos ou envergonhados.
Estivemos assim, despidos, desde a primeira vez.
Aonde nenhuma palavra poderia ser duvidosa, nenhum gesto incerto.
Nós possuímos uma verdade absoluta:
não queríamos mais nada além de uma possibilidade.
De uma chance que nos trouxesse a vida novamente.
É bom estar nu na frente de quem se ama,
nenhuma máscara finge a feição da face,
nenhum pano esconde o que o outro já conhece a dedos e bocas.
O corpo tenta esconder a alma, mas a alma também está nua, e dançando,
na retina dos olhos.
Cáh Morandi